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Processo de Design

Introdução

De acordo com Barbosa e Silva (2021, p.107), o design surge da intervenção humana em resposta a necessidades. Ao analisarmos os elementos envolvidos e suas interações, somos capazes de identificar problemas, características indesejáveis e áreas de melhoria em uma determinada situação. Essas intervenções envolvem atividades de design, que podem ser caracterizadas como:

  • Análise da situação atual: Estudar e interpretar a situação atual;
  • Síntese de uma intervenção: Planejar e executar uma intervenção na situação atual;
  • Avaliação da nova situação: Verificar o efeito da intervenção, comparando a situação analisada anteriormente com a nova situação atingida após a intervenção.

Cada processo de design detalha essas atividades de uma forma particular, definindo como e a sequência em que devem ser realizadas, quais podem ser repetidas e por quais motivos, os artefatos envolvidos, entre outros aspectos. Esses processos fornecem um caminho estruturado, orientando desde a compreensão inicial das necessidades até a implementação e avaliação das soluções propostas.

Entre os principais processos de design, destacam-se abordagens como o ciclo de vida simples, o ciclo de vida em estrela, a Engenharia de Usabilidade de Nielsen e a Engenharia de Usabilidade de Mayhew. Cada um oferece uma perspectiva sobre como abordar os desafios do design, com suas próprias etapas e metodologias específicas.

Ciclo de vida Simples

O ciclo de vida simples concentra-se em duas principais atividades: design (ou redesign) e construção de uma versão interativa, como mostrado na figura 1. Durante o design, os designers exploram alternativas para encontrar soluções que atendam às necessidades e requisitos definidos na análise, apresentando os resultados por meio de descrições textuais ou esboços dos modelos. Em seguida, constroem versões interativas das soluções propostas para demonstrar como as interfaces ou interações funcionam na prática. Essa abordagem visa facilitar uma compreensão nítida e uma comunicação eficiente das ideias de design, contribuindo para o desenvolvimento eficaz de sistemas interativos. Esse modelo geralmente é recomendado para designers experientes devido à sua simplicidade e falta de detalhamento nas etapas.

Ciclo de vida simples

Figura 1 - Diagrama de atividades do ciclo de vida simples (Fonte: BARBOSA e SILVA. 2021)

Ciclo de vida em Estrela

No modelo de Ciclo de Vida em Estrela, o projetista tem liberdade para determinar a sequência das etapas, no entanto, é essencial realizar uma avaliação após cada uma delas, bem como apresentado na figura 2.

As etapas desempenham um papel fundamental nesse modelo, garantindo que os dados coletados e os requisitos especificados estejam em conformidade com as necessidades dos usuários. Além disso, são utilizadas para detectar problemas de usabilidade nas representações de design, nos protótipos e no produto final.

A avaliação assume um papel central, sendo realizada após a conclusão de cada atividade e antes do início da próxima. É necessário passar por uma avaliação ao concluir uma etapa e antes de iniciar outra, garantindo a qualidade e adequação do trabalho realizado em todas as fases do processo.

Ciclo de vida em Estrela

Figura 2 - Cilco de vida em estrela [Fonte: BARBOSA, SILVA. 2010 (Adaptada)]

Engenharia de Usabilidade de Nielsen

Na Engenharia de Usabilidade de Nielsen, durante todo o processo de desenvolvimento de um produto, são realizadas diversas atividades, muitas das quais ocorrem nas fases iniciais do projeto, mesmo antes da concepção da interface com o usuário.

Com isso, são propostas as seguintes atividades:

  • Conhecer seu usuário

  • Realize uma análise competitiva

  • Defina as metas de usabilidade

  • Faça design paralelos

  • Adote o design participativo

  • Faça o design coordenado da interface como um todo

  • Aplique as diretrizes e análise heurística

  • Faça protótipos

  • Realize testes empíricos

  • Pratique design iterativo

Engenharia de Usabilidade de Mayhew

Na Engenharia de Usabilidade de Mayhew, sua concepção é constituída em 3 fases principais:

  1. Análise de Requisitos:

As metas de usabilidade são estabelecidas considerando o perfil dos usuários, as tarefas a serem realizadas, a plataforma e os princípios gerais de design.

  1. Design, Avaliação e Desenvolvimento:

Envolve a criação de uma solução que cumpra os requisitos identificados na fase anterior. Durante o desenvolvimento, a interface deve ser avaliada pelos usuários.

  1. Instalação:

As opiniões dos usuários devem ser coletadas após um período de uso, a fim de aprimorar o sistema em versões futuras ou adaptar outros com problemas semelhantes.

Mayhew propôs esse modelo de ciclo de vida para a engenharia de usabilidade que combina várias abordagens da área de Interação Humano-Computador em um único ciclo. A análise dos requisitos é guiada pelo perfil do usuário, análise de tarefas, características e limitações da plataforma. Na etapa de design e avaliação, o objetivo é criar uma solução para IHC. Por fim, na etapa de implementação, é crucial obter feedback dos usuários após um período de uso para possíveis melhorias futuras no sistema. Na figura 3, podemos ver como se da a organização e divisão dessas fases.

Engenharia de Usabilidade de Mayhew

Figura 3 - Engenharia de usabilidade de Mayhew (Fonte: Mayhew, 1999)

Ciclo de vida escolhido para o projeto

Após análises e discussões em equipe sobre os diferentes ciclos de vida mencionados anteriormente, chegamos à decisão de adotar o ciclo de vida proposto por Mayhew. Reconhecendo o nível de experiência da equipe, entendemos a importância de selecionar um ciclo de vida robusto, com etapas bem definidas, para orientar o desenvolvimento do nosso projeto. Acreditamos que ao seguir um processo criterioso e estruturado, como o sugerido por Mayhew, poderemos reduzir significativamente as margens de erro e obter uma compreensão mais clara das diversas etapas do projeto. Esta abordagem nos permitirá avançar com confiança e eficiência, garantindo uma execução bem-sucedida do projeto.

Referências Bibliográficas

  1. BARBOSA, Simone. SILVA, Bruno. Processos de Design de IHC: Capítulo 4. 2010. Disponível em: https://thiagov.github.io/resources/ihc/aula4.pdf. Acesso em: 05 de mar. 2024.
  2. Barbosa, S. D. J.; Silva, B. S. da; Silveira, M. S.; Gasparini, I.; Darin, T.; Barbosa, G. D. J. Interação Humano-Computador e Experiência do usuário. (2021)

Histórico de Versões

Versão Data Descrição Autor(es) Revisor(es)
1.0 02/04/2024 Criação da página Bruna Lima Genilson Silva
2.0 07/04/2024 Adição dos Processos Genilson Silva Bruna Lima
1.2 05/04/2024 Adição da introdução, ciclo de vida simples e ciclo escolhido para o projeto Bruna Lima Genilson Silva