Pular para conteúdo

Planejamento da Avaliação do Protótipo de Papel

Introdução

A prototipação em papel é um método utilizado para avaliar a usabilidade de um design de Interação Humano-Computador (IHC) através de simulações de uso com a participação de potenciais usuários. Este método, descrito por Snyder (2003), permite identificar rapidamente problemas de usabilidade em estágios iniciais do desenvolvimento, antes mesmo da criação de uma solução executável. Ao representar as interfaces em papel, é possível testar e comparar alternativas de design, avaliando soluções parciais e de baixa a média fidelidade. A prototipação em papel é, portanto, uma ferramenta valiosa para avaliações formativas, facilitando a iteração e o aprimoramento do design com base no feedback dos usuários.

Objetivo

O objetivo deste documento é fornecer uma metodologia estruturada para o planejamento do protoipo de papel em projetos de Interação Humano-Computador (IHC), com foco na avaliação de funcionalidades específicas do sistema.

Metodologia

Para garantir a eficácia e relevância do prototipo de papel, é fundamental seguir uma metodologia estruturada. Neste documento, utilizamos uma metodologia baseada no framework DECIDE, proposta por Sharp, Rogers e Preece (2007), que fornece uma abordagem sistemática e abrangente para esse planejamento. A tabela 1 descreve o significado de cada letra nesta metodologia.

Tabela 1: framework DECIDE
Letra Descrição
D Determinar os objetivos da avaliação.
E Explorar perguntas a serem respondidas com a avaliação.
C Escolher os métodos de avaliação a serem utilizados.
I Identificar e administrar as questões práticas da avaliação.
D Decidir como lidar com as questões éticas.
E Avaliar, interpretar e apresentar os dados.
Fonte - BARBOSA e SILVA (2010).

Planejamento da Avaliação do Prototipo de Papel

D - Determinar os objetivos da avaliação.

Os objetivos específicos da avaliação de usabilidade utilizando prototipação em papel são descritos na tabela 2:

Tabela 2: objetivos da avaliação
ID Objetivo Descrição
1 Identificar problemas na interação e interface Detectar elementos da interface que dificultam a interação do usuário ou que são mal compreendidos.
Avaliar a eficácia dos componentes de navegação e dos widgets da interface.
2 Obter Feedback dos Usuários Coletar opiniões e sugestões dos usuários sobre a interface, permitindo ajustes e melhorias baseados em suas experiências.

Fonte - BARBOSA e SILVA (2010).

E - Explorar perguntas a serem respondidas com a avaliação.

De acordo com os objetivos definidos, as perguntas a serem respondidas com a avaliação são descritas na tabela 3:

Tabela 3: perguntas a serem respondidas com a avaliação
Número Objetivo Perguntas
1 Identificar problemas na interação e interface 1 - O usuário consegue operar o sistema?
2 - Ele atinge seu objetivo? Com quanta eficiência? Em quanto tempo? Após cometer quantos erros?
3 - Que parte da interface e da interação o deixa insatisfeito?
4 - Ele entende o que significa e para que serve cada elemento de interface?
5 - Quais barreiras o usuário encontra para atingir seus objetivos?
2 Obter Feedback dos Usuários 1 - Onde esses problemas se manifestam? Com que frequência tendem a ocorrer? Qual é a gravidade desses problemas?
2 - O que é possível modificar no sistema interativo para adequá-lo melhor ao ambiente de trabalho?
3 -Quais objetivos dos usuários podem ser alcançados através do sistema? E quais não podem?

Fonte - BARBOSA e SILVA (2010).

C - Escolher os métodos de avaliação a serem utilizados.

A forma de avaliação será por meio de uma simulação de uso. Simular o uso em papel é um modo rápido e barato de identificar problemas de usabilidade antes mesmo de construir uma solução de IHC executável. Esse método é uma opção interessante para uma avaliação formativa junto aos usuários, principalmente para comparar alternativas de design. Ele permite avaliar facilmente soluções parciais, que não cobrem toda a interface com o usuário, e soluções de baixa e média fidelidade, que ainda não definem todos os detalhes da interface.

Para a realização da avaliação, será utilizada uma combinação de métodos de investigação, envolvendo a observação e a entrevista com usuários. Durante a simulação, os participantes interagem com o protótipo em papel como se estivessem usando o sistema real. Essa interação é observada por avaliadores, que tomam nota dos comportamentos, dificuldades e comentários dos usuários. A simulação de uso é seguida por uma entrevista estruturada, onde os usuários fornecem feedback detalhado sobre suas experiências.

I - Identificar e administrar as questões práticas da avaliação

  • As tarefas são definidas conforme a tabela 4:
    Tabela 4: artefatos a serem avaliados
    
Integrante responsável Artefato
Giovana Silva Denuncia Online
Lara Giuliana Pesquisar Procurados
Raissa Andrade Carteira de identidade
Rayene Almeida Registra Ocorrência
Renata Quadros Solicitar Antecedentes
Renata Quadros Retrato Falado

Fonte - Renata Quadros.

  • Recrutamento:

Cada membro do grupo criou seu próprio protótipo em papel, totalizando 6 protótipos, com um membro responsável por dois deles. Portanto, precisamos de 6 entrevistados para a avaliação. O recrutamento dos usuários será flexível, considerando o perfil levantado por um questionário anterior. A seleção será individual para cada storyboard, garantindo que os usuários correspondam ao contexto específico de cada protótipo.

  • Preparação:

Antes das simulações e entrevistas oficiais, realizaremos um teste piloto para garantir a eficácia do processo. Os entrevistadores serão responsáveis por convidar os participantes e conduzir as entrevistas individualmente ou em dupla. Durante a entrevista, registrarão todas as justificativas e considerações dos entrevistados em relação às perguntas apresentadas. Antes de iniciar a entrevista, os entrevistadores apresentarão o termo de consentimento, que incluirá todos os detalhes relevantes, como a solicitação de gravação e o uso da câmera durante a interação. A entrevista só prosseguirá se o participante aceitar os termos do consentimento.

  • Usuários

Selecionaremos os usuários com base em critérios definidos anteriormente e perfil de usuário. Decidimos envolver no mínimo sete participantes, considerando o número de funcionalidades a serem avaliadas no projeto.

  • Ferramentas

As entrevistas serão conduzidas presencialmente, utilizando a câmera do celular ou a plataforma Microsoft Teams, que permite a gravação facilitada das entrevistas. Tanto os avaliadores quanto os participantes podem usar papel e caneta para documentar perguntas e respostas ou alguma ferramenta online, se necessário. Além disso, utilizaremos papeis com os protótipos especificos.

  • Teste piloto

O teste piloto nos ajudará a identificar quaisquer inconsistências no roteiro da entrevista, permitindo-nos corrigir quaisquer erros antes da condução das entrevistas reais. Segundo Barbosa e Silva (2010) o objetivo desse teste é avaliar o próprio planejamento.

Vídeo do teste piloto - Solicitar Antecedentes - Renata

Cronograma

A seguir, na tabela 5, o cronograma de como será documentado.

Tabela 2: cronograma
Integrante responsável Data Local Horário Artefato Entrevistado
Giovana Silva 05/06/2024 Presencial 19:00 Denuncia Online Adriana
Lara Giuliana 05/06/2024 Presencial 19:00 Pesquisar Procurados Marcos
Raissa Andrade 05/06/2024 Presencial 19:00 Carteira de identidade Luis
Rayene Almeida 05/06/2024 Presencial 19:00 Registra Ocorrência Heber
Renata Quadros 05/06/2024 Casa da entrevistada 19:00 Solicitar Antecedentes Thays Cavalcante
Renata Quadros 05/06/2024 Casa da entrevistada 19:00 Retrato Falado Maria Eduarda Costa

Fonte - Renata Quadros.

Roteiro das perguntas

A tabela 6 descreve o roteiro das perguntas:

Tabela 6: roteiro da entrevista
Número Pergunta Resposta
1 Qual seu nome completo? Aberta
2 Qual sua idade? Aberta
3 Qual a sua ocupação? Aberta
4 Qual seu grau de experiência com tecnologias? [] Baixo
[] Médio
[]Alto
5 Você já utilizou o site da PCDF? [] Sim
[] Não
[] Não sei responder
6 Quais elementos da interface você achou confusos ou difíceis de usar? Aberta
7 Houve alguma parte da interface que você não entendeu imediatamente? Se sim, qual? Aberta
8 Qual elemento da interface causou maior dificuldade na interação? Aberta
9 A navegação pelo sistema foi intuitiva? [] Sim
[] Não
[] Não sei responder
10 Você encontrou dificuldades em entender ou usar os menus, botões ou outros widgets? Aberta
11 Quanto tempo, em média, você acha que levou para encontrar as informações que precisava? Aberta
12 O que você mais gostou na interface? Aberta
13 O que você menos gostou ou achou mais difícil na interface? Aberta
14 Que sugestões você tem para melhorar a interface? Aberta
15 Quanto tempo você levou para completar cada tarefa? Aberta
16 Quais tarefas você encontrou mais difíceis de completar? Aberta
17 Houve alguma tarefa que você não conseguiu completar? Se sim, por quê? Aberta
18 Qual problema você achou mais frustrante ou difícil de superar? Aberta
19 Que aspectos da interface precisam de melhorias urgentes? Aberta
20 Se você pudesse mudar uma coisa na interface, o que seria? Aberta

Fonte - BARBOSA e SILVA (2010).

D - Decidir como lidar com as questões éticas.

Antes de prosseguir com a entrevista, é importante abordar questões éticas que regem nosso processo. Nossa abordagem ética é fundamentada nos princípios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Saúde, especialmente nos pilares da autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça e equidade. Esses princípios orientam nossas práticas para garantir que a pesquisa seja conduzida de forma ética e respeitosa. O termo de consentimento está presente no artefato Aspectos Éticos.

E - Avaliar, interpretar e apresentar os dados.

Após a conclusão da avaliação, é essencial registrar e analisar os dados de maneira meticulosa, considerando o contexto em que foram obtidos e avaliando sua confiabilidade e aplicabilidade para representar os usuários do sistema. Isso implica em documentar problemas, desafios encontrados durante a interação com o protótipo em papel, bem como questões relacionadas à usabilidade, funcionalidades faltantes e possíveis problemas de desempenho.

Após essa fase de análise, os dados serão compartilhados com a equipe. A apresentação dos resultados incluirá uma lista detalhada dos problemas de usabilidade identificados, categorizados por prioridade, juntamente com propostas de soluções e feedback dos usuários. Esses insights serão fundamentais para guiar o processo de refinamento do projeto, garantindo que a interface final atenda às necessidades dos usuários de maneira eficaz e eficiente.

Referências Bibliográficas

Sharp H, Rogers Y, Preece J. Interaction design: beyond human-computer interaction edição. New York, NY: John Wiley & Sons; 2007.

BARBOSA, S.D.J.; SILVA, B.S. Interação Humano-Computador. Editora Campus-Elsevier, 2010.

Snyder, C. (2003). Paper Prototyping: The Fast and Easy Way to Design and Refine User Interfaces. Morgan Kaufmann.

Histórico de Versões

  Tabela que descreve o Histórico de Versões
Versão Descrição Autor(es) Data Revisor(es) Data de revisão
1.0 Planejamento da avaliação Renata Quadros 27/05 Giovana Barbosa 01/06
1.1 Roteiro das perguntas Renata Quadros 29/05 Giovana Barbosa 01/06
1.2 Correção pós entrega 7 Renata Quadros 20/06 Giovana Barbosa 07/07