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Processos de Design em IHC

Introdução

Antes de explorarmos a Engenharia de Usabilidade de Mayhew, é essencial compreender o que é um processo de design. Segundo Barbosa e Silva (2011), design pode ser definido como um processo composto por três atividades fundamentais: análise da situação atual (identificação de um problema), síntese de uma intervenção e avaliação da nova situação resultante dessa intervenção.

Dessa forma, processos de design são abordagens sistemáticas e iterativas que possibilitam a realização dessas atividades, garantindo que as soluções desenvolvidas atendam às necessidades dos usuários. Um desses processos é o modelo proposto por Deborah Mayhew, que será detalhado neste documento.


Metodologia

Os processos de design de IHC utilizam uma variedade de abordagens e métodos, cada um adequado a diferentes contextos e objetivos. Esses métodos incluem ciclos de vida iterativos, design contextual, e estratégias baseadas em cenários e objetivos.


Modelos

  1. Ciclo de Vida Simples
    Um modelo linear com foco em etapas sequenciais, incluindo requisitos, design, implementação e avaliação. É ideal para projetos simples, mas carece de flexibilidade.

  2. Ciclo de Vida em Estrela
    Propõe uma abordagem não-linear, permitindo que qualquer etapa do processo possa ser revisitada a qualquer momento. Enfatiza a avaliação contínua.

  3. Engenharia de Usabilidade de Nielsen
    Envolve atividades como análise competitiva, design participativo, aplicação de heurísticas, prototipagem e testes empíricos, promovendo iterações constantes para refinar a usabilidade.

  4. Engenharia de Usabilidade de Mayhew
    Baseia-se em um processo mais estruturado e detalhado, focado em análise de tarefas, definição de métricas de usabilidade e avaliação contínua.

  5. Design Contextual Focado em entender o contexto real de uso, incluindo:

  6. Investigação contextual: Identificar usuários, objetivos e ambientes.

  7. Modelagem do trabalho: Mapear fluxos, artefatos e aspectos culturais.
  8. Consolidação e reprojeto: Refinar o design para atender melhor às necessidades identificadas.
  9. Prototipação e testes: Validar soluções diretamente com os usuários.

  10. Design Baseado em Cenários Utiliza histórias fictícias para explorar como os usuários interagem com o sistema, considerando diferentes contextos e objetivos. Ajuda na identificação de requisitos e avaliação de alternativas de design.

  11. Design Dirigido por Objetivos Concentra-se em atender objetivos específicos dos usuários, priorizando suas metas em todas as etapas do processo de design.

  12. Design Centrado na Comunicação Foca na troca clara de informações entre os usuários e o sistema, garantindo que as interfaces sejam intuitivas e promovam um entendimento eficaz.


Este resumo sintetiza os principais conceitos do capítulo 4 de Barbosa e Silva, incluindo os diferentes processos de design em IHC e suas aplicações práticas. Cada abordagem oferece ferramentas e perspectivas distintas para lidar com os desafios de design centrado no usuário.

Fonte: Capítulo 4. BARBOSA, S. D. J.; SILVA, B. S. Interação Humano-Computador. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.


Escolha de processo de design para o Cinemark

A melhor escolha de processo de design para a análise do site considerando que a Cinemark já possui um site em funcionamento e que o foco está na melhoria da experiência do usuário é a Engenharia de Usabilidade de Mayhew.

Engenharia de Usabilidade de Mayhew

Ciclo de Vida Mayhew

  1. Análise de Requisitos

  2. Na fase inicial, são estabelecidas as metas de usabilidade com base em fatores como o perfil dos usuários, análise das tarefas, limitações e possibilidades da plataforma na qual o sistema será executado, e princípios gerais de design de Interação Humano-Computador (IHC). Para facilitar a verificação dessas metas ao longo do processo, é comum apresentá-las em um guia de estilo que inclui diretrizes relacionadas a elementos visuais da interface, como layout, cores, tipografia, imagens e ícones​

  3. Design, Avaliação e Desenvolvimento

  4. Esta fase visa criar uma interface que atenda às metas de usabilidade estabelecidas anteriormente. O processo ocorre em três níveis de detalhamento:

  5. Primeiro nível: Revisão das tarefas e criação de protótipos de baixa fidelidade para avaliação inicial.
  6. Segundo nível: Estabelecimento de padrões de design e construção de protótipos de média fidelidade.
  7. Terceiro nível: Desenvolvimento detalhado da interface em alta fidelidade, pronto para implementação​
  8. Durante todo o ciclo, os protótipos são avaliados e refinados iterativamente, com base no feedback dos usuários.

  9. Instalação

  10. Após a implementação do sistema, a fase de instalação inclui a coleta de feedback dos usuários sobre a experiência de uso. Esses dados são fundamentais para identificar melhorias para versões futuras ou até mesmo indicar a necessidade de um novo sistema

Razões para escolher a Engenharia de Usabilidade de Mayhew

  1. Abordagem estruturada e detalhada

  2. O modelo de Mayhew divide o processo em três fases bem definidas (Análise de Requisitos, Design/Avaliação/Desenvolvimento e Instalação), o que facilita a identificação e a solução de problemas no site da Cinemark.

  3. Foco na usabilidade e experiência do usuário

  4. Como o site da Cinemark tem funções críticas, como compra de ingressos, escolha de assentos e consulta de horários, garantir uma interface intuitiva e eficiente é essencial. O modelo de Mayhew permite avaliar essas necessidades desde a análise de requisitos até a implementação de melhorias.

  5. Ciclo iterativo de refinamento

  6. O processo envolve testes constantes e ajustes progressivos, garantindo que cada mudança no site seja baseada em dados e feedback reais dos usuários. Isso é crucial para evitar falhas que possam prejudicar a navegação e a experiência do cliente.

  7. Aplicação prática no cenário da Cinemark

  8. Como a Cinemark já possui um sistema em funcionamento, o modelo pode ser iniciado na fase de instalação, analisando feedback dos usuários para encontrar pontos de melhoria. Depois, pode-se retroceder à análise de requisitos para estruturar mudanças mais significativas.

Se o foco fosse um redesenho completo do site, outros modelos, como o Ciclo de Vida em Estrela (com forte ênfase na avaliação a cada etapa) ou a Engenharia de Usabilidade de Nielsen (com diretrizes heurísticas bem estabelecidas), também poderiam ser considerados. Porém, para aprimoramento e otimização contínua da usabilidade, a Engenharia de Usabilidade de Mayhew se destaca como a melhor escolha.


Referências

BARBOSA, S. D. J.; SILVA, B. S. Interação Humano-Computador. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.


Histórico de versões

Versão Descrição Autor(es) Data Revisor(es) Data de revisão
1.0 Criação da página e conteúdo Ana Joyce 19/11/2024 Pedro Miguel 19/11/2024
2.0 Correções do modelo Pedro Miguel 04/02/2025 Anne de Capdeville 04/02/2025